quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nossa velha infância

Mergulho em nostalgia ao lembrar-me de algo que já me pertenceu, mas me escapou entre os dedos sem ao menos me dar a oportunidade de agarrá-la mais um pouco ou mesmo desfrutar dos benefícios que só aquele tempo podia me proporcionar: a infância. Não faz muito tempo, já que hoje sou apenas uma adolescente. Mas as preocupações inexistentes, o coração ingênuo e leigo das maldades do mundo, as letrinhas que uma a uma eram lidas representando uma grande realização e satisfazendo meus pais quanto ao meu surpreendente desempenho, as nuvens de algodão acolhedoras, as aulas que se resumiam a desenhos de palitinhos e redações sobre como foram às férias, os aniversários em que me vestia de princesa e aproveitava do começo ao fim entre risadas e brincadeiras, etc. Levava uma vida sossegada, segura de cada passo em busca da felicidade que pra mim já era certa. Os sorrisos eram mais freqüentes e o contentamento era mais fácil de atingir. Os braços de meus pais pareciam maiores como se fossem feitos na medida certa para mim. Todo o refrigerante consumido e todos os doces saborosos não eram sequer ameaça a gordurinhas indesejadas ou celulites insolentes. A propósito, o reflexo no espelho era sempre agradável e nem mesmo requeria qualquer tipo de maquiagem. Nada era impossível e o “felizes para sempre” não só existia como me pertenceria algum dia. Todas as amizades eram verdadeiras e apesar de brigarmos às vezes fazíamos as pazes no segundo seguinte, sem qualquer cerimônia. As horas eram longas e o dia era mais proveitoso. Da manhã até a noite sempre surgia à idéia de uma nova brincadeira e o ócio era raríssimo. O medo resumia-se a seres imaginários e a cama de meus pais parecia a solução de todos os meus problemas. Que saudade que me dá desse passado! Que vontade de retornar alguns anos atrás e vivenciar os melhores momentos de minha vida novamente. Lembro de ter lido em algum lugar que “a infância tem as suas próprias maneiras de ver, pensar e sentir” e acho que por isso mesmo éramos todos tão felizes e o mundo era tão mais colorido.

Como está pertinho, desejo a todos vocês um feliz dia das crianças! A gente cresce, mas o coração de criança permanece.

3 comentários:

  1. E de uma certa maneira, somos hoje o que a criança de nós nos fez. É difícil crescer, minha linda, dói... E é difícil também não perder a criança que um dia fomos, mas vale a pena não desistir de segurá-la o máximo possível, pois é o que faz com que não percamos totalmente as esperanças, que ainda sejamos capaz de sonhar...

    E você, com certeza, carrega muito dessa menina doce aí da foto. Não a deixe pra trás!

    Bjinho!

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  2. E que bom é conservar o coração de criança. Sem magoas, nem dores, nem falsidades, nem maldade.
    isso nos faz adultos melhores.
    Lindo final de semana pra ti.
    bjos achocolatados

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  3. quem é essa menina da foto? parece muito, muito mesmo com minha filha Ana Luísa, que por sinal é sua afilhada, vc é 10+

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